Quatro países da sub-região africana e músicos de renome internacional como Aicha Koné, da Costa do Marfim, e Viviane Chidid, do Senegal, vão participar este ano no Carnaval da Guiné-Bissau.
Segundo Leonardo Cardoso, presidente da comissão organizadora do Carnaval, que decorre entre sexta e terça-feira, as comunidades emigradas da Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Nigéria e Senegal vão participar nos desfiles que terão lugar na segunda e terça-feira.
O corso carnavalesco poderá ser acompanhado ao longo da avenida João Bernardo ‘Nino’ Vieira, que vai do aeroporto até à zona da Mãe de Água, junto ao mercado do Bandim, em Bissau.
Os desfiles deverão partir da entrada da zona da residência da cooperação portuguesa, no bairro de Ajuda, para culminar em frente a um palco montado no liceu João XXIII.
Ao longo deste trajeto vão desfilar, durante dois dias, 18 grupos carnavalescos, sete de Bissau, outros tantos do interior da Guiné-Bissau e quatro dos países africanos convidados.
Cada grupo irá demonstrar “o que existe de melhor em termos culturais da sua zona de origem”, disse Leonardo Cardoso, falando das regiões da Guiné-Bissau.
O presidente da comissão organizadora afirmou que o Carnaval deste ano tem como lema “O reforço da coesão nacional e da integração regional” o que, disse, os grupos irão demonstrar nas suas exibições.
“Nós pensamos que o país precisa da coesão nacional porque há tanta confusão neste país, há tantos problemas de fulano contra o outro fulano, religião contra outra religião, problemas étnicos, nós entendemos que Carnaval é o momento de reconciliação”, observou Leonardo Cardoso.
O responsável explicou ainda que o convite aos países africanos vai ao encontro do lema que é aproveitar a maior festa popular da Guiné-Bissau para reforçar a integração do país no espaço sub-regional.
“Nós precisamos dar um novo rosto ao Carnaval, convidar pessoas da sub-região e felizmente conseguimos. Não foi possível trazer mais país, mas neste momento contamos com quatro e para um início já é muito bom”, salientou Leonardo Cardoso.
Angola e Cabo Verde só não foram convidados por terem comunidades reduzidas na Guiné-Bissau, explicou o presidente da comissão organizadora do Carnaval guineense.
Além das artistas Aicha Koné e Viviane Chidid, a Costa do Marfim e o Senegal ainda levam ao Carnaval guineense outros cantores e dos Estados Unidos virão dois grupos músicos, adiantou Cardoso.
Durante os dias de Carnaval os foliões poderão assistir concertos musicais no chamado Espaço Verde, no bairro de Ajuda, ainda Leonardo Cardoso.
O responsável lamentou que “a poucos dias” do início do Carnaval ainda não tenha recebido do Governo os 86 milhões de francos cfa (cerca de 113 mil euros) necessários para pagar a festa popular, entre outras necessidades, o transporte de grupos do interior, a sua alimentação e alojamento em Bissau.
Este ano, precisou Leonardo Cardoso, não haverá o habitual concurso de grupos e também não haverá o desfile oficial na praça dos Heróis Nacionais, junto ao palácio da República.
Escrito por: África 21 Digital